
🌿 Monte Roraima: O Mundo Perdido que Existe de Verdade

Por: Ederson
Uma jornada de 2 bilhões de anos, 3 países e espécies que só vivem lá — e o que ele pode ensinar sobre respeito à vida
“Não é só uma montanha. É um templo vivo.”
Se você já assistiu Up: Altas Aventuras ou leu O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle, talvez tenha imaginado que o Monte Roraima era ficção.
Mas ele existe.
E é mais mágico que qualquer filme.
Localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, o Monte Roraima é o mais antigo e impressionante dos tepuis — montanhas de topo plano formadas há 2 bilhões de anos, quando a Terra ainda era jovem.
Seu platô, a 2.810 metros de altitude, abriga espécies que não existem em nenhum outro lugar do planeta… e um silêncio que cura a alma moderna.
🏔️ O que é um tepui — e por que o Roraima é único?
A palavra “tepui” vem da língua dos povos Pemón e significa “casa dos deuses”.
E não é à toa.
Essas formações geológicas são restos de um supercontinente pré-histórico, quando a América do Sul, África e Antártida estavam unidas. Com o tempo, a erosão esculpiu essas ilhas de arenito, cercadas por paredões verticais de até 1.000 metros — inacessíveis por séculos.
O Monte Roraima é o maior e mais alto dos tepuis, com:
- 33 km² de platô (85% na Venezuela, 10% na Guiana, 5% no Brasil)
- Mais de 80% de sua biodiversidade endêmica (só existe lá!)
- Rios que nascem no topo e caem como cachoeiras eternas
É como se fosse uma ilha no céu — isolada, misteriosa e pulsando com vida ancestral.
🌱 Biodiversidade de outro mundo (literalmente)
No topo do Roraima, a evolução seguiu seu próprio caminho.
Resultou em criaturas e plantas que parecem saídas de um sonho:
- Sapos preto-azulados que vivem só nas poças do platô
- Plantas carnívoras que se alimentam de insetos trazidos pelo vento
- Orquídeas minúsculas que florescem em fendas de rocha
- Fungos negros que cobrem as pedras, dando ao Roraima seu tom sombrio e místico
Muitas dessas espécies ainda não foram catalogadas pela ciência.
Cada expedição pode revelar algo nunca visto antes.
“Subir o Roraima não é conquistar uma montanha.
É ser convidado a entrar em um laboratório vivo da evolução.”
— Biólogo que participou de expedição em 2023
🧭 A jornada: mais que um trekking, um rito de passagem
Chegar ao topo leva 6 a 8 dias — e exige respeito, preparo e humildade.
A rota clássica começa em Boa Vista (RR), segue até a comunidade indígena de Paraitepuy (Venezuela), e sobe pela única trilha viável: a “La Rampa”, uma fenda íngreme entre as rochas.
Ao longo do caminho:
- Você atravessa rios gelados
- Acampa sob estrelas que parecem mais próximas
- Caminha por florestas enevoadas onde o tempo desacelera
- E, no topo, encontra o Vale dos Cristais — uma paisagem surreal de quartzo branco
Mas o maior desafio não é físico.
É emocional: aprender a ouvir o silêncio, a confiar na natureza, a aceitar a imprevisibilidade das chuvas (que podem durar dias).
🌍 O que o Monte Roraima nos ensina sobre economia ecológica
O Roraima é um lembrete poderoso:
a natureza não precisa de nós — mas nós precisamos dela.
Ele existe há bilhões de anos, sem estradas, sem turismo de massa, sem exploração.
Sua preservação depende de:
- Respeito aos povos originários (os Pemón consideram o tepui sagrado)
- Turismo regenerativo (pequenos grupos, guias locais, zero lixo)
- **Consciência de que alguns lugares não são “destinos”, mas santuários
Quando você escolhe uma expedição ética — com operadoras que pagam justamente às comunidades, levam tudo que levam e não deixam rastro — você participa de uma economia que reverencia a vida, não a extrai.
❓ FAQ: O que Todo Mundo Quer Saber
1. Posso subir pelo lado brasileiro?
Tecnicamente sim, mas a rota mais segura e autorizada é pela Venezuela, com guia indígena. O lado brasileiro é mais técnico, perigoso e pouco usado.
2. É preciso permissão?
Sim. Você precisa de:
- Visto para a Venezuela
- Autorização do Instituto Nacional de Parques (Venezuela)
- Contratação de guia Pemón (obrigatório)
3. Qual a melhor época?
De dezembro a abril (estação seca). Mesmo assim, chuva é comum — faça as pazes com a umidade!
4. Quanto custa?
Entre R$ 6.000 e R$ 10.000, incluindo transporte, guia, alimentação e logística. Vale cada centavo — e cada gota de suor.
5. Dá para ir com crianças?
Sim! Famílias já fizeram a expedição com filhos a partir dos 10–12 anos — desde que preparadas física e emocionalmente.
💚 Sua vez de sonhar com respeito
Você não precisa subir o Roraima para protegê-lo.
Mas pode:
- Escolher operadoras éticas (como Clube Native, Soul Outdoor, Pisa Trekking)
- Respeitar os saberes indígenas
- Compartilhar sua história com reverência, não como “conquista”
- Apoiar a conservação de outros tepuis e biomas únicos
Porque lugares como o Monte Roraima não são atrações.
São lembranças vivas de que a Terra é sagrada.
E talvez, no fundo, seja isso que a gente procura:
não escalar uma montanha… mas se lembrar de que fazemos parte dela.
🔗 Leia também:
→ Sucessão Ecológica: A Cura que Vem da Terra
→ 7 Produtos de Bioeconomia que Você Pode Comprar HOJE
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